sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu sou a Marca da Fera, sou professor

É mais um dia hipócrita. Na rotina desse trabalhador 
Pense num dia lindo
O dia do professor
Todos fazem festa
Para o dia do educador
É mais um dia hipócrita
Na rotina desse trabalhador.

É 15 de outubro
O dia do professor
Na sua caminhada
Vai formando e já formou
Todo dia é seu dia
Na vida desse transmissor.

Eu vou protestar
No dia do professor
Hoje é meu dia
Vou avaliar nosso Governador
Vou dar zero pra ele
Pela forma como nos tratou.

Dos 25 aos 35
Está a todo vapor
Dos 35 aos 45
Já começa a sentir dor
Dos 45 aos 55
Esclerosado, já quase aposentou.

No final da carreira
O mestre se aposentou
Grandes gerações
Formou o educador
Pelo seu salário
Envergonha o recebedor.

Depois de 25 a 30 anos
Aposentou o batalhador
Para garantir um salário digno
Muitas greve enfrentou
Relembra suas glórias
As lutas contra o opressor.

Leciona para trombadinha
O deliquente, o estuprador
O inteligente, o deficiente
O sabidão e o orador
Assim é seu ofício
Foi pra isso que se formou.

Das ciências á filosofia
É o elo transmissor
Criando consciência
Pra um mundo transformador
Ainda vai ser valorizado
Num Brasil promissor.

Forma presidente
O médico, o desembargador
O deputado e o vereador
O cientista e o senador
Forma tudo quanto é gente
Do coronel ao governador.

Quando fala alto
Chamam logo de ditador
Quando fala baixo
É Sonso! Nojento! Traidor
Quando fala delicado
É bamby! É biba! É maricô.

Quem nunca tirou sarro
Com a cara de um educador
Quem nunca sacaneou
Colou, mentiu pra professor
Apelidou, apaixonou, destratou
Ou fez juras de amor.

Em média 27 anos
Tem que estudar pra ser professor
No seu primeiro salário
O mestre já se assustou
O caminho não tem volta
Foi à vereda que optou.

É grave a situação
Em que a educação se esbarrou
Não é mais atrativo
Formar-se pra ser professor
Já se foi o tempo
De trabalhar só por amor.

Assim vamos lutando
Enfrentando o mundo opressor
Seja presidente
Prefeito ou governador
Mudaremos este sistema
Que oprime o educador.

Saudações a quem tem coragem
Não desista professor
Humanizaremos a educação
Não é coisa de sonhador
Um outro mundo é possível
Que valorize o trabalhador.

FRANCISCO BATISTA PANTERA
Professor, poeta e dirigente do PCdoB

Magistério tem dificuldade de atrair jovens talentos para a carreira

Se a profissão já teve grande importância no passado, hoje é difícil atrair jovens talentos para a carreira
Quase 2 milhões de professores trabalham nas salas de aulas de escolas públicas e particulares de educação básica no país. Se a profissão já teve grande importância no passado, hoje é difícil atrair jovens talentos para a carreira, avaliam especialistas no Dia do Professor, comemorado hoje (15). Os alunos que entram nos cursos de pedagogia são, em geral, aqueles com baixo desempenho no vestibular ou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Uma análise dos inscritos para a edição do exame em 2007 mostra que, entre os candidatos com pior nota, a probabilidade de um deles escolher o magistério é três vezes maior do que entre aqueles com melhores notas. Quem ingressa nos cursos de pedagogia, que formam os professores da educação infantil e do ensino fundamental, tem um perfil específico: baixo nível socioeconômico e pais com escolaridade baixa.

Dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mostram que 41,6% dos estudantes de pedagogia têm renda mensal até três salários mínimos e quase um terço (32,1%) concilia os estudos com o trabalho para contribuir com o sustento da casa. Os pais de quase metade dos alunos têm grau de escolaridade baixo: 46,5% estudaram só até a 4ª série do ensino fundamental e quase 70% cursaram o ensino médio integralmente em escola pública. Os dados referem-se ao Enade 2005, os mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC).

O assessor especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Célio da Cunha,  alerta que o problema de desvalorização é antigo. “A universalização do ensino fundamental foi feita à custa dos baixos salários dos professores. Quando se expandiu o número de escolas e fez-se a inclusão de mais alunos, ironicamente foram os professores que financiaram isso porque a expansão não foi feita melhorando a carreira e os salários”, avalia.

O resultado desse processo pode ser medido pelo desinteresse dos estudantes do ensino médio. Pesquisa da Fundação Victor Civita, realizada no ano passado com 1,5 mil jovens, apontou que apenas 2% deles querem ser professor. O conselheiro nacional de Educação, Mozart Neves Ramos, acredita que quatro ações principais podem solucionar esse quadro: melhores salários, bons planos de carreira, formação inicial sólida e condições de trabalho adequadas.

Na avaliação dele, o Brasil deveria se inspirar no que fizeram os países que hoje têm os melhores índices educacionais como Cingapura, a Coreia do Sul e Finlândia. “A gente copia tanta coisa ruim e não olha as coisas boas que estão fazendo a diferença nesses lugares. Eles conseguiram atrair 20% dos alunos mais talentosos para o magistério simplesmente com um salário inicial atraente. Esse tem que ser o primeiro passo”, defende Ramos.

Para a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, além desses aspectos, a valorização da carreira passa pela melhoria dos índices educacionais. “Recuperar a credibilidade da escola na formação dos jovens e das crianças é um fator que pode parecer subjetivo, mas faz diferença no momento da escolha da profissão”. Pilar, que é professora de história e começou a lecionar na década de 70, acredita que a sala de aula é um ambiente de trabalho que “tem a ver com a juventude. Não existe muita rotina quando se trabalha com crianças e jovens, há uma provocação constante e permanente pela busca do conhecimento”, ressalta.

Célio da Cunha acredita também que será necessária uma mudança de cultura e da visão que a própria sociedade tem do professor hoje. “A sociedade não acordou ainda para a importância da educação e o papel estratégico do professor para o desenvolvimento do país. Se um bom aluno diz que quer ser professor, as pessoas até riem dele”, afirma.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Primeira postagem

Pra Ser Sincero
Composição: Humberto Gessinger
Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...
Pra ser sincero
Não espero que você
Minta!
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo...
Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos...
Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...
Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo...
Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação...
Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga:
-Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!...
Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Nunca deixam suspeitos...